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Histórias de imaginar

A melhor prenda de Natal


Desta vez uma história que procura fazer lembrar aqueles que estão sozinhos, nomeadamente os mais velhotes, apelando à generosidade. De certo modo, a história é fruto de uma certa melancolia relacionada com os meus tempos de infância em que o contacto humano era visto e sentido de modo diverso...o comércio tradicional prosperava e havia tanto a descobrir numa loja de brinquedos, por exemplo...

A melhor prenda de Natal

Era uma vez uma menina que vivia numa pequena vila. Todos os anos, pelo Natal, a vila enchia-se de luzes, enfeites e montras repletas de coisas apetitosas.
Havia uma loja de brinquedos que pertencia a uma velhota simpática que vivia numa casinha na parte traseira da loja.
A menina passava muitas tardes na loja, pois gostava adorava ver todas as coisas que havia para vender e, também os brinquedos antigos que a senhora gostava de mostrar. Apreciava ainda mais quando, à hora do lanche, a velhota lhe dizia para a acompanhar num chazinho. Nessa altura, passavam a cortina que separava a loja da casa e entravam numa sala que parecia mesmo uma casinha de bonecas. A vlhota punha uma toalha branca em cima da mesa, abria uma lata de bolachas com desenhos de pequenos animais da floresta e, quando se ouvia um silvo significava que o chá estava pronto. Então, ela pegava em duas bonitas chávenas e respectivos pires e servia aquela bebida deliciosa e quentinha que tão bem sabia com as bolachas de manteiga em forma de estrela.

Um dia a menina perguntou-lhe com quem passaria a noite de Natal.
  • Aqui! - respondeu.
  • Com quem? - perguntou a menina.
  • Sozinha. Não tenho família...
  • E o Pai Natal sabe que estás aqui?
  • Sim, com certeza que sabe...

A menina ficou a pensar na conversa que tivera com a velhota e em como ela se devia sentir triste por estar sozinha e, quando chegou a noite de Natal, falou com os Pais e pediu-lhes se poderiam convidar a senhora para cear com eles. Os Pais, ouvindo a história da sua filha, concordaram em convidar a velhota que, assim, passou o serão em família.

A casa estava cheia: os avós, os tios, os primos. Estes estavam encantados pois a velha senhora sabia muitas histórias e fazia animais diversos com quadradinhos de papel. Ao chegar meia-noite, como por magia, a chaminé encheu-se de prendas que as crianças abriram alegremente. No final, a menina reparou que todos tinham tido presentes menos velhota.

Foi ter com ela e disse-lhe:
  • O Pai Natal não devia saber que estava aqui. Se calhar tens as tuaas prendas lá em casa.
  • Não te preocupes, minha querida. O Pai Natal deu-me a melhor prenda que podia desejar: uma Amiga generosa como tu. Nunca passei um Natal como este e nada me faria mais feliz do que estou neste momento. Obrigada por tudo!

A pista de automóveis

Mais uma história natalícia...


A pista de automóveis

Certo Natal havia um menino que desejava muito uma pista de automóveis. Quando chegou a altura de abrir os presentes viu que não tinha recebido a tão desejada pista e ficou muio zangado. Empurrou os brinquedos todos para um canto e saiu da sala a chorar e a dizer que não tinha gostado de nada.

Foi para o seu quarto e deitou a cabeça na almofada que, em breve, estava molhada com as suas lágrimas. Sentiu então uma grande mão no ombro e voltou-se para ver quem era. Qual não foi o seu espanto quando viu o próprio Pai Natal sentado na beira da cama. Este disse-lhe:
  • Senta-te e ouve-me. Vou levar-te a conhecer os meninos a quem dei a tua pista. Se ainda achares que me enganei e que és tu quem deve receber a pista, assim será.

O menino concordou e sentou-se no trenó ao lado do Pai Natal. Foi um instante enquanto as renas voaram pelo céu até um local onde não estava frio, quase não havia carros nem prédios e as crianças vestiam roupas esfarrapadas e caminhavam descalças pelas ruas empoeiradas.

Entrarm então numa casa muito pobre onde estavam algumas crianças que riam, de olhos muito brilhantes, jogando com uma pista de automóveis. Era a sua pista!

Então o menino olhou em volta e percebeu que aquele era o único brinquedo daqueles meninos. Não havia outros...

A partir dessde dia, o menino nunca mais ficou triste por não ter no sapatinho tudo aquilo que tinha pedido e, todos os anos, escolhia os brinquedos que já não usava e enviava-os ao Pai Natal para que levasse, na noite de Natal, a todos os meninos que não tinham nada para brincar.

As minhas sugestões: Certa noite, num estábulo

Agora que nos aproximamos do Natal não posso deixar de referir e sugerir um livro que considero lindíssimo. "Certa noite, num estábulo" conta-nos o nascimento do Menino Jesus de uma forma muito original. Esta é a história de uma velha vaca abandonada num estábulo, em Belém, que espera ansiosamente pelo seu dono...fala-nos de bondade, generosidade e amizade...grandes VALORES...



Editora: Livros Horizonte

Os 3 Reis Magos e a Estrela de Natal


O Natal aproxima-se e, por isso, cá está uma pequenina história ligada aos Reis Magos.

Os 3 Reis Magos e a Estrela de Natal

Era uma vez uma estrela muito brilhante...cintilava mais que todas as outras e parecia até mover-se no céu...

No Oriente vivia um Rei chamado Belchior. Certa noite, olhava o céu estrelado quando lhe pareceu ouvir uma voz...mas não via ninguém. Reparou melhor naquela estrelinha brilhante e, qual não é o seu espanto quando ouviu:
  • Sim, sou eu que te estou a chamar...
  • Mas tu és uma estrela...embora pareças especial...
  • E sou...fui escolhida para indicar a todos que nasceu o Menino
  • O Menino?...Que Menino?...
  • O Menino Jesus...nasceu num estábulo em Belém...
  • E esse Menino é um Príncipe?
  • Não...ele é filho de Maria e José, é muito pobre, e nasceu num estábulo, perto de um burro, de uma vaca e de alguns outros animais...
  • Pois, não sei explicar porquê, mas sinto que posso ajudar esse Menino. Vou levar-lhe ouro...mas, como faço para lá chegar?
  • Não te preocupes...segue-me e lá chegarás...

E assim foi...pelo caminho, encontraram outro Rei, chamado Baltazar. Este, admirado com o brilho daquela estrela perguntou:

  • Onde vão, nesta noite de paz em que parece ouvir-se anjos a cantar?
  • Vamos ver o Menino - disse Belchior
  • O Menino?...
  • Sim...Jesus, que nasceu em Belém...
  • O Menino que nos vem ensinar a Paz. o Amor...e tantas outras coisas importantes para sermos felizes...- disse a Estrela
  • ...E fazermos os outros felizes...- disse Belchior
  • Quero visitá-lo! Vou levar-lhe incenso...
  • Vem - disse a Estrela - segue-me e lá chegarás...

Continuaram, por algum tempo, até que ouviram alguém chamar:

  • Esperem...esperem...ouvi dizer que vão ver o Menino e entregar-lhe ofertas que o podem ajudar...eu tenho mirra para lhe levar...mas não sei como lá chegar...
  • Não te preocupes- disse a Estrela - segue-me e lá chegarás...

E assim foi...viajaram dias e dias, noites e noites, sempre acompanhados pela luz da estrela que mostrava exactamente o lugar onde Jesus nascera. Ao aproximarem-se viram outras pessoas que também seguiam aquela luz para visitarem Jesus. Pastores e camponeses levavam aquilo que podiam para partilhar com aquela família pobre que estava em Belém...comida, mantas para se aquecerem...mas também não tinham muito para oferecer, aquelas pessoas...

Finalmente chegaram... Os 3 Reis Magos entraram naquele lugar e, de repente, os seus corações encheram-se de Alegria e sentiram uma Paz imensa ao verem o Menino que dormia nas palhinhas, junto da sua família... a Estrela, sobre o telhado do estábulo, parecia sorrir e brilhava agora mais do que nunca...

As minhas sugestões: Beijinhos não dou

Mais um livro adequado a crianças entre os 3 e os 7 anos, muito divertido, mas mesmo muito divertido! E como eu acho que a vida é para ser vivida com sentido de humor, boa-disposição e grande sinceridade, aqui está um livro para crianças que condensa TUDO em algumas páginas. 


Editora: Dinalivro
Autora: Julia Jarman

Link: Dinalivro

As minhas sugestões: Vamos à caça do urso

Este é um livro surpreendente e absolutamente FANTÁSTICO para qualquer Educador de Infância. À primeira vista até passa despercebido, depois...à primeira leitura...descobre-se o potencial e...não se larga mais. Dá para tudo: trabalhar a linguagem, as expressões, a imaginação...é de uma riqueza a não perder. E eu já fiz tantas caças ao urso...brincadeiras memoráveis no campo do faz de conta...








Editora: Caminho
Autores: Helen Oxenbury, Michael Rosen


Link: Caminho

As minhas sugestões: O urso resmungão

Este é um livro bastante outonal, que fala de folhas, estrelas, um urso, um coelho, humores e descobertas...além de belíssimas gravuras, transporta-nos ao imaginário inocente das crianças e tem muito por onde "se lhe pegue".




Editora: Minutos de Leitura
Autor: Steve Smallman
Ilustrador: Cee Biscoe




Link: Minutos de leitura

A Bruxa Trapalhona

Com a aproximação do Dia das Bruxas lembrei-me de colocar aqui uma história que escrevi já há alguns anos a fim de concorrer a um Prémio de Literatura. A minha ideia foi desmistificar um pouco o conceito de Bruxa má, criando uma personagem trapalhona, com falhas como qualquer um de nós.



A Bruxa Trapalhona

Era uma vez uma bruxa...

Como todas as bruxas andava sempre vestida de preto e usava um enorme chapéu pontiagudo que, por ser um pouco grande, teimava em lhe tapar os olhos. Estes eram verdes, muito redondos e cobertos por umas sobrancelhas pretas, da cor dos cabelos, que eram bastante compridos.

Mas esta era uma bruxa especial, diferente das outras, porque era muito trapalhona. Estava sempre a enganar-se nos feitiços que fazia e, quando voava na sua vassoura, aterrava sempre onde não devia...

Certo dia, quando se dirigia ao Castelo onde as bruxas se reuniam, atrasada como sempre, começou a voar cada vez mais depressa. A certa altura, uma rajada de vento mais forte empurrou-lhe o chapéu para os olhos. Sem conseguir ver o que quer que fosse, a Bruxa caíu, mais a sua vassoura, pela chaminé de uma casa. Pum, catrapum! Pás, catrapás!

O João, que andava ali a brincar, além de apanhar um susto, ficou muito admirado por ver alguém caír pela chaminé...ainda por cima, aos trambolhões...

- En...então, minha senhora, quer ajuda?
A Bruxa, em vez de agradecer, ficou furiosa e desatou a chorar:

-Eu não sou uma senhora! Sou uma Bruxa!!!
-Uma Bruxa?!!! Não parece nada...tem uns olhos tão simpáticos...
-Mas sou!!! E as Bruxas deviam meter medo às pessoas.
-A mim não me mete medo... – disse o João.
-Pois...ninguém tem medo de mim... Vou-me embora. Vou-me embora e não quero ajuda. Podia lá ser...eu, uma Bruxa...ser ajudada por uma criança...Vou-me embora...

Mas, ao tentar levantar-se, caíu novamente no chão, pois tinha batido com a cabeça e estava muito tonta. Então, o João foi chamar a Mãe, tentando explicar o que tinha acontecido, mas esta disse logo:

-Ó João! Lá vens tu com as tuas histórias. Agora uma Bruxa a caír na chaminé. Tens cada coisa...Vai lá brincar com os teus carros que eu, quando acabar de dar banho à tua irmã já vou brincar contigo.

O João foi ter com a Bruxa e disse:
-Tu estavas a brincar comigo...Não és uma Bruxa, pois não? A minha Mãe não acreditou em mim e eu também já não sei se acredite ou não.
-Ai sim?! Então o que é que queres que eu faça para tu acreditares em mim? Vá, diz-me!...
-Olha...deixa-me pensar...Já sei: podias transformar o gato em rato...se fizesses isso eu já acreditava.
-Muito fácil!!! Zu-ziri-bum! Zá-ziri-bato!Transforma-te num rato.

E o gato transformou-se em rato.

-Eh!!! Muito bem!!! Agora já acredito em ti. És mesmo uma Bruxa!!! Bem, agora o melhor é voltares a transformá-lo em gato, antes que a minha Mãe venha, senão vai ficar muito zangada.
-Está bem! É para já: Zi-ziri-bum!Zi-ziri....ai, como é que é?...Não consigo lembrar-me...zi-ri-zapo!
-Olha, agora é que arranjaste a bonita. Transformaste-o num sapo...Ai a minha Mãe...Tens que te lembrar...
-Pois...é o meu problema...fico sempre baralhada e esqueço-me das coisas...Já sei: Zi-ziri-bum!Zi-ziri-bão.
-Agora é um cão - disse logo o João, já muito aflito.
-Tu é que tiveste a culpa, por não acreditares em mim. Se eu fosse uma Bruxa má, como as Bruxas devem ser, agora ía-me embora e tu ficavas com um cão, em vez de um gato. O pior é que eu tenho um grande coração e não tenho jeito nenhum para ser bruxa...
- Pois, mas agora tens que resolver este problema. Eu também não sabia que eras uma bruxa tão trapalhona e a minha Mãe está quase a chegar e se ela sabe...não sei o que te acontece a ti. Eu já sei que fico uma semana sem ver televisão...
-Estou a lembrar-me: Zi-ziri-bum! Zi-ziri-balo!
-Oh! Não!!! Um cavalo!!! Não!!! E a minha Mãe deve estar mesmo a chegar.
-Já sei: Zi-ziri-bum! Zi-ziri-binho!
-Um passarinho!!! Não vais conseguir...ainda o vais transformar num pato...
-É isso: Zi-ziri-bum! Zi-ziri-zato!
-Boa!!! Conseguiste...

Nesse momento, a Mãe entrou na sala:

-João: O que é que se passa aqui. Estavas a falar tão alto. E quem é esta senhora?
-Não é uma senhora, Mãe. É uma Bruxa...
-João: já te disse para não chamares nomes feios às pessoas...
-Mas eu sou mesmo uma Bruxa...
-Ora...uma Bruxa. Com uma cara tão simpática...
-Mas é verdade. Sou uma Bruxa...
-Oh! Está bem...Só acredito se fôr capaz de transformar o gato em rato...

Assim que ouviu isto, a Bruxa sentou-se na vassoura e voou pela chaminé acima e, ao mesmo tempo, o João tapou os olhos com as duas mãos, pois nem queria imaginar o que podia acontecer.

-Vês: eu bem te dizia...ela não foi capaz...e, a propósito: onde é que está o gato?

Pois é...o gato mal ouviu aquelas palavras foi-se esconder debaixo do sofá da sala, antes que a bruxa o transformasse num elefante ou noutro animal ainda mais estranho ...



As minhas sugestões: Numa noite muito escura

Mais um bom livro infantil a circular pelas livrarias portuguesas..."Numa noite muito escura" é uma história que joga com as emoções, com o medo do escuro, cria mistério até à última página...Absolutamente recomendado a crianças dos 3 aos 6.



Editora:Livros Horizonte
Autor: Simon Prescott


As minhas sugestões: Não tem graça

Ontem andei a folhear as novidades em literatura infantil e surgiu-me este "Não tem graça". Achei muitíssimo divertido e, também, pedagógico. As imagens são muito alegres e está recheado de sentido de humor...sem dúvida adequado a crianças dos 3 aos 6 anos de idade...


Editora: Civilização
Autor: Jeanne Willis

A Fada Preguiçosa


"A Fada Preguiçosa"  é uma peça de teatro escrita por mim há já alguns anos para festejar o dia de S. Martinho. 
 Foi encenada na minha escola algumas vezes e é sempre diferente graças à imaginação de quem a "trabalha": desde os cenários, ao guarda-roupa, passando à escolha de músicas ou sons para a enriquecer. Este ano, mais uma vez, será encenada com a participação das crianças que entrarão fazendo de folhas e castanhas, cantando algumas canções alusivas à época...


« A FADA PREGUIÇOSA »

( A Fada das Castanhas acorda, boceja e espreguiça-se. )
  • Que bela soneca! Ainda bem que chegou o Outono. O calor do Verão dá-me uma preguiça...
(canta uma canção de Outono... e termina com tom preocupado – mais lento)
  • Ai meu Deus!... A minha cabeça... As castanhas... Esqueci-me das castanhas... Ai,que será de mim..
(Aparece a Fada das Árvores)
  • O que tens Fada, Fada... ( como quem não sabe o nome)
  • Fada das Castanhas. É o meu nome... Ou era... Quando o Outono souber... acho que passarei a ser a Fada Dorminhoca...
(Começa a chorar)
  • Então... não estejas assim...
Sou a Fada das Árvores e vou, com certeza, poder ajudar-te. Queres contar-me o que te aconteceu?
  • Pois então eu digo-te: Todos os anos, durante o Verão, eu tenho que colocar as castanhas nas árvores. Quando chega o Outono, o vento começa a soprar, as folhas a caír e, nessa altura, faz-se a festa de S. Martinho: o Magusto.
  • O que é isso... o Magusto?
  • As pessoas juntam-se todas e fazem uma espécie de um pic-nic em que comem castanhas quentinhas...
  • Mas então porque estás assim?
  • Pois acontece que o calor faz-me preguiça e passei o Verão a dormir.
  • Esqueceste-te das castanhas?
  • É verdade!...
  • Ai quando o Outono souber...

( Aparece o Outono muito zangado )
  • Fada das Castanhas! Fada das Castanhas!
  • Estou aqui... (muito embaraçada)
  • É sempre a mesma coisa: sempre a dormir! E agora? É dia de S. Martinho, as pessoas estão a preparar as fogueiras e os assadores para fazer o Magusto e não têm castanhas.
(Chega a Fada dos Ouriços, com as mãos nos ouvidos)
  • Que barulho!
  • E quem és tu para me dizeres que estou a fazer barulho?! A mim que sou o Outono? (Outono)
  • Eu sou a Fada dos Ouriços e gostava de saber o que se passa aqui. (Fada dos Ouriços)
  • É dia de S. Martinho e não há castanhas para o magusto.(Fada das Árvores)

(A Fada dos Ouriços ri-se)

  • Mas então vocês pensavam que eu deixava chegar este dia sem haver castanhas? Nunca!
  • Nunca??? (Os três em conjunto)
  • É claro que não. Eu já conheço a preguiça da Fada das Castanhas e não me custa nada ajudá-la. As castanhas estiveram muito tempo guardadas dentro dos ouriços que estão nas árvores... (Fada dos Ouriços)
  • Oh, amiga, muito obrigada! Se não fosses tu não haveria magusto e as pessoas ficariam muito tristes. Como poderei agradecer-te? (Fada das Castanhas)
  • Escuta Fada: as castanhas são como o coração dos Ouriços. Quantas mais houver, mais ouriços haverá...(Fada dos Ouriços)
  • Sim, e as árvores ficarão mais bonitas...(Fada das Árvores)
  • É verdade: enquanto vocês forem amigas, ajudando-se umas às outras, as pessoas serão muito mais felizes. E agora, vamos ver a festa do S. Martinho! ( Outono)




Folhas caídas

Este simples poema não me pertence e foi-me gentilmente cedido por uma colega e grande amiga: Sara Santos Calisto. Com a sua característica sensibilidade para a descoberta de palavras belas ditas por crianças, deu-me a conhecer esta poesia que agora partilho convosco. Faz parte de uma compilação de nome "Histórias de meninos e de outros que o não foram", e foi escrita por Fábio, um menino de 9 anos...




Folhas caídas
A folha amarela caída no chão triste
está chorar porque não tem
amigas para brincar ao luar.
Um dia uma folha verde caiu do céu
para brincar com a folha amarela.
Todos os dias
brincava com ela e cantava
sem parar.
Todos os dias a folha verde
ia acordar a folha amarela
e iam para o jardim encantado.
E assim ficaram amigas
para sempre, sempre.

Sugestão da Sara: utilizar para uma actividade de expressão corporal, dança criativa...etc., etc.....

As minhas sugestões: OH!

Continuando com as minhas sugestões, aqui vai um que considero um clássico a não perder por todos os profissionais de educação de infância. É um livro só de imagens que se relacionam sempre com a imagem da página seguinte e têm, além disso um efeito surpresa em cada página (que é dobrada). Dá pano para mangas como se costuma dizer...é sempre diferente, com algo de novo a descobrir...


 

Editora: Kalandraka (embora já tenha sido editado por outras)
Autor: Josse Goffin

Link: Kalandraka


As minhas sugestões: Um Segredo do Bosque

Mais uma sugestão...



Editora: OQO
Autoria:Javier Sobrino & Elena Odriozola

É uma história de amor...comovente...
Para mim, é LINDO!!!!!

As imagens são belíssimas e todo o livro é de uma sensibilidade tocante...impossível não gostar


Link: OQO

As minhas sugestões: Elmer

Mais uma das minhas sugestões...

Este é o primeiro de uma colecção de livros que é, para mim, muito bem conseguida. Sugiro especialmente o primeiro, pois considero-o fantástico. É divertido, surpreendente, diferente e possibilita e é de uma riqueza interminável...todas as crianças devem ter este Elmer...


Editora: Caminho (julgo que foi editado também por outras)
Autoria: David Mckee

Link: Caminho

As minhas sugestões: Uma Noite Barulhenta

Por ser, como já disse uma apaixonada por livros infantis, atrevo-me a fazer algumas sugestões...



Editora: Minutos de Leitura
Autoria: Diana Hendry, Jane Chapman

É a história ternurenta de um ratinho que não consegue dormir e arranja todas as "desculpas" para tentar ir para a cama do Ratão...e, assim, sentir-se mais aconchegado...é uma delícia!

Link: Minutos de Leitura

As minhas sugestões: As Bibliotecas Municipais

Sou uma apaixonada por literatura infantil!!!Sou uma apaixonada por boas ilustrações de livros infantis. Para mim, um livro é um tesouro e acredito piamente que bons livros infantis formam leitores interessados e estimulam a aprendizagem como poucas outras coisas.
Tenho conhecimento que as Bibliotecas Municipais de Lisboa estão a iniciar um Projecto chamado "Meadas de Livros" que visa, entre outras coisas, desenvolver o interesse pelo livro, descobrindo-o de várias formas. É um Projecto para Escolas e Famílias e, por isso, aconselho vivamente uma visita à Biblioteca mais próxima.

É verdade que este Projecto está confinado a Lisboa, mas com certeza uma ida à Biblioteca pode trazer muitas surpresas. Existem diversos Programas de dinamização, como a "Hora do Conto", que podem e devem ser aproveitados pelos Pais, inclusive Pais de bebés, uma vez que já existem Projectos ligados à 1ªInfância.

Porque faço eu toda esta publicidade às Bibliotecas? Uma das principais razões é que os Livros, em Portugal, são caríssimos e, deste modo, a Biblioteca é uma opção. A outra...é sempre a mesma...sou uma apaixonada por Literatura Infantil...Na minha opinião nenhum computador substitui o prazer de folhear, sentir diferentes texturas, cheirar, partilhar, "ler" em qualquer lugar...

Por isso, por favor,  "ofereçam" livros aos vossos filhos, sobrinhos, netos, alunos...desde sempre...e partilhem com eles o momento mágico da descoberta...

Link: Bibliotecas Municipais de Lisboa

A música misteriosa do Sr. Luís

Hoje, dia 1 de Outubro celebra-se o Dia Mundial da Música!
Não costumo ser uma grande seguidora de Dias Mundiais/Internacionais, mas pus-me a pensar que, de facto, não deixa de ser importante assinalar este dia, ou melhor, parar para pensar o quanto importante é a Música na vida das pessoas...julgo que, por vezes, nem nos apercebemos disso e, assim, achei por bem criar uma história (é mesmo fresquinha) para marcar este Dia e tentar transmitir essa mesma ideia. 
Atrevo-me a sugerir a quem contar esta história que procure acompanhá-la com uma base musical. Já que aqui se fala de piano, porque não?...Como disse, é uma história nova e nunca a utilizei na sala de jardim de Infância mas, com certeza, quando o fizer vou procurar explorar um pouco diferentes melodias ao piano...e, nessa altura, poderei dar um feed-back...

A música misteriosa do Sr. Luís

Era uma vez um menino chamado Eduardo que vivia numa grande cidade cheia de prédios, automóveis, autocarros, pessoas a andar apressadas de um lado para o outro...

De manhã saía cedo de casa (às vezes ainda o Sol estava a dormir) e lá ía de carro até à escola, meio adormecido por entre buzinadelas e filas que tornavam as pessoas mais irritadas...quanto barulho...

Certo dia começou a espirrar, o nariz a pingar, a garganta a doer e teve que ir ao médico que, além do xarope cor de laranja receitou uns dias de repouso em casa.

Foi durante esses dias que conheceu o Sr.Luís, um homem alto e magro, com uns olhos azuis muito pequenos que andava sempre com um chapéu castanho, de feltro. Era o vizinho novo que tinha vindo habitar a casa ao lado e que, por essa altura recebia em casa um enorme e misterioso caixote...

O Eduardo era curioso e estava muito intriagado com o pacote...o que seria aquele grande embrulho que tinha chegado ao 3º esquerdo (que era onde vivia o sr. Luís)...

E então ouviu...um som lento, solitário, um pouco triste, mas tão bonito que não resistiu a parar o que estava a fazer para ficar a escutar...aquele som que tinha começado lentamente, tornou-se aos poucos mais rápido, saltitante, divertido e, de repente, Eduardo imaginava-se um cavaleiro de outros tempos montado num cavalo branco, de espada na mão a defender a princesa que estava no seu castelo de filigrana...

E então a música parou...e Eduardo lembrou-se que era apenas um menino que tinha ficdo em casa porque estava constipado...

Nos dois dias que se seguiram, a música continuou: era sempre diferente e diferentes eram também os sonhos de Eduardo: foi um monstro, um robot, um príncipe, um gato...voou numa vassoura e numa nave espacial, fez uma tenda e foi índio, foi médico e foi bombeiro e tudo ao som das músicas que vinham de casa do Sr. Luís...

Eduardo nunca tinha ouvido nada tão bonito...estava habituado ao barulho da cidade: buzinas, sirenes, gritos e tantos outros sons que se misturavam no ar que nem mesmo percebia se a música que se ouvia era triste ou era alegre, se fazia rir ou chorar...

Mas um dia não houve música na casa do Sr Luís e no outro tambem não e então o Eduardo ficou preocupado. O que havia de fazer? Decidiu preparar uns biscoitos e bateu à porta do seu vizinho para lhos oferecer...era uma maneira de o conhecer e saber mais sobre aquela música que o fazia sonhar.

O Sr. Luís abriu a porta e Eduardo percebeu: também ele estava constipado, com o nariz vermelho que pingava e uma tosse que não parava. Ficou muito satisfeito com o presente do menino que, prontamente lhe levou tambem um frasco de mel para curar a tosse e agradeceu imenso pelo seu cuidado.

No dia seguinte, foi o Sr.Luís que lhe bateu à porta, dizendo que o mel tinha tido um efeito milagroso e graças à sua ajuda podia continuar a compôr músicas.


  • Eduardo, queres que te ensine a tocar?

O menino, abriu muito os olhos e, sem falar acenou que sim e seguiu o seu vizinho. Percebeu finalmente de onde saía toda aquela beleza: no canto da sala, junto à janela estava um piano. O mesmo que tinha chegado há uns dias dentro do tal caixote misteriso que vira entrar por aquela porta.

Pela primeira vez via uma pessoa a tocar piano e aquela música enchia-lhe o coração de uma maneira que nunca antes tinha sentido.

Foi desta maneira que Eduardo aprendeu a tocar piano, Um dia, já crescido tornou-se um grande pianista. Um pianista que nunca mais esqueceu como se tinha apaixonado pela música...um pianista que levou o seu piano a todos os cantos do mundo, para que todas as crianças pudessem sonhar e viver tantas aventuras como ele próprio tinha vivido quando menino e, às vezes, ainda vivia enquanto os seus dedos deslizavam pelo teclado e produziam as mais belas melodias.