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Histórias de imaginar

A música misteriosa do Sr. Luís

Hoje, dia 1 de Outubro celebra-se o Dia Mundial da Música!
Não costumo ser uma grande seguidora de Dias Mundiais/Internacionais, mas pus-me a pensar que, de facto, não deixa de ser importante assinalar este dia, ou melhor, parar para pensar o quanto importante é a Música na vida das pessoas...julgo que, por vezes, nem nos apercebemos disso e, assim, achei por bem criar uma história (é mesmo fresquinha) para marcar este Dia e tentar transmitir essa mesma ideia. 
Atrevo-me a sugerir a quem contar esta história que procure acompanhá-la com uma base musical. Já que aqui se fala de piano, porque não?...Como disse, é uma história nova e nunca a utilizei na sala de jardim de Infância mas, com certeza, quando o fizer vou procurar explorar um pouco diferentes melodias ao piano...e, nessa altura, poderei dar um feed-back...

A música misteriosa do Sr. Luís

Era uma vez um menino chamado Eduardo que vivia numa grande cidade cheia de prédios, automóveis, autocarros, pessoas a andar apressadas de um lado para o outro...

De manhã saía cedo de casa (às vezes ainda o Sol estava a dormir) e lá ía de carro até à escola, meio adormecido por entre buzinadelas e filas que tornavam as pessoas mais irritadas...quanto barulho...

Certo dia começou a espirrar, o nariz a pingar, a garganta a doer e teve que ir ao médico que, além do xarope cor de laranja receitou uns dias de repouso em casa.

Foi durante esses dias que conheceu o Sr.Luís, um homem alto e magro, com uns olhos azuis muito pequenos que andava sempre com um chapéu castanho, de feltro. Era o vizinho novo que tinha vindo habitar a casa ao lado e que, por essa altura recebia em casa um enorme e misterioso caixote...

O Eduardo era curioso e estava muito intriagado com o pacote...o que seria aquele grande embrulho que tinha chegado ao 3º esquerdo (que era onde vivia o sr. Luís)...

E então ouviu...um som lento, solitário, um pouco triste, mas tão bonito que não resistiu a parar o que estava a fazer para ficar a escutar...aquele som que tinha começado lentamente, tornou-se aos poucos mais rápido, saltitante, divertido e, de repente, Eduardo imaginava-se um cavaleiro de outros tempos montado num cavalo branco, de espada na mão a defender a princesa que estava no seu castelo de filigrana...

E então a música parou...e Eduardo lembrou-se que era apenas um menino que tinha ficdo em casa porque estava constipado...

Nos dois dias que se seguiram, a música continuou: era sempre diferente e diferentes eram também os sonhos de Eduardo: foi um monstro, um robot, um príncipe, um gato...voou numa vassoura e numa nave espacial, fez uma tenda e foi índio, foi médico e foi bombeiro e tudo ao som das músicas que vinham de casa do Sr. Luís...

Eduardo nunca tinha ouvido nada tão bonito...estava habituado ao barulho da cidade: buzinas, sirenes, gritos e tantos outros sons que se misturavam no ar que nem mesmo percebia se a música que se ouvia era triste ou era alegre, se fazia rir ou chorar...

Mas um dia não houve música na casa do Sr Luís e no outro tambem não e então o Eduardo ficou preocupado. O que havia de fazer? Decidiu preparar uns biscoitos e bateu à porta do seu vizinho para lhos oferecer...era uma maneira de o conhecer e saber mais sobre aquela música que o fazia sonhar.

O Sr. Luís abriu a porta e Eduardo percebeu: também ele estava constipado, com o nariz vermelho que pingava e uma tosse que não parava. Ficou muito satisfeito com o presente do menino que, prontamente lhe levou tambem um frasco de mel para curar a tosse e agradeceu imenso pelo seu cuidado.

No dia seguinte, foi o Sr.Luís que lhe bateu à porta, dizendo que o mel tinha tido um efeito milagroso e graças à sua ajuda podia continuar a compôr músicas.


  • Eduardo, queres que te ensine a tocar?

O menino, abriu muito os olhos e, sem falar acenou que sim e seguiu o seu vizinho. Percebeu finalmente de onde saía toda aquela beleza: no canto da sala, junto à janela estava um piano. O mesmo que tinha chegado há uns dias dentro do tal caixote misteriso que vira entrar por aquela porta.

Pela primeira vez via uma pessoa a tocar piano e aquela música enchia-lhe o coração de uma maneira que nunca antes tinha sentido.

Foi desta maneira que Eduardo aprendeu a tocar piano, Um dia, já crescido tornou-se um grande pianista. Um pianista que nunca mais esqueceu como se tinha apaixonado pela música...um pianista que levou o seu piano a todos os cantos do mundo, para que todas as crianças pudessem sonhar e viver tantas aventuras como ele próprio tinha vivido quando menino e, às vezes, ainda vivia enquanto os seus dedos deslizavam pelo teclado e produziam as mais belas melodias. 

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