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Histórias de imaginar

Os ovos especiais


A Páscoa aproxima-se e, tendo em consideração que o blog tem estado um pouco parado graças a alguma falta de inspiração ( e de tempo...) hoje decidi obrigar as "celulazinhas cinzentas" a trabalhar e criar uma pequena história adequada à época. É 1h00 e, obviamente, ainda não a contei ao meu fiel público por isso, se alguem se antecipar, por favor não esqueça o feed-back...é sempre um prazer saber como resultam as nossas criações...de qualquer modo, mesmo que não haja feed-back, é já muito bom poder partilhar: Obrigada!

Os ovos especias

O Sr. Matias tinha uma pastelaria.
Sabia fazer pão, bolos e doces como ninguém...e, quando chegava a época da Páscoa, os clientes faziam fila à porta para comprarem os seus famosos ovos de chocolate.

Acontece que, certo ano, não se sabe porquê, o Sr. Matias não conseguiu comprar chocolate cor de chocolate...ou seja, o tradicional chocolate negro. Bem que ele procurou em todos os fornecedores mas, nada a fazer: tinha-se acabado o chocolate. Na verdade, disse um dos fornecedores, o que ainda havia era chocolate branco...se ele quisesse, talvez conseguisse fazer uns belos ovos da Páscoa...

O Sr. Matias, preocupado, pensou, pensou, sem saber o que fazer: as pessoas estavam habituadas aos ovos castanhos, o que diriam quando fossem à sua loja e os ovos fossem diferentes?...Bem, melhor ovos brancos do que nada.E, quem sabe, as pessoas até poderiam gostar...

Nessa noite (sim, porque os pasteleiros trabalham durante a noite para que, de manhã cedo, as montras estejam cheias de coisas apetitosas para o pequeno-almoço) o Sr. Matias dedicou-se a moldar ovos de chocolate branco e, quando abriu a loja, a vitrine estava repleta de belos ovos de chocolate branco.

E lá se juntou a usual fila para comprar ovos de Páscoa, pois o Domingo aproximava-se e os clientes queriam preparar surpresas para as suas crianças.

E foi com grande tristeza que o Sr. Matias viu as pessoas, desiludidas e, até, zangadas, sairem sem comprar nada pois ninguém, mas ninguém queria comprar ovos diferentes. “Os ovos de Páscoa são de chocolate castanho!!!O que dirão os meus meninos quando virem ovos diferentes???Nunca mais cá venho” disse a D. Carolina dos cabelos laranja, com os lábios sempre pintados de lilás...

Ao fim do dia, a tristeza encheu o coração do pasteleiro. Nem um, nem um pequeno ovo de Páscoa tinha vendido. O seu cãozito, o Ezequiel, apercebendo-se da sua mágoa, aproximou-se, deu-lhe duas lambidelas e olhou para ele abanando a cauda. Depois, pegou num cestinho com a boca e colocou-o aos pés do dono, como se o desafiasse a fazer alguma coisa...

Então o Sr. Matias percebeu que podia fazer alguma coisa e, nessa noite, em vez de ficar na cozinha a preparar os bolos, foi com o Ezequiel até ao parque e escondeu todos os ovos na relva e por entre os arbustos.

No dia seguinte, sentou-se num banco de jardim a ler o jornal com o seu amigo de quatro patas e ficou a observar as famílias que chegavam com os filhos para brincar. De repente, uma menina de lindos cabelos encaracolados, baixou-se e, com os olhos a brilhar, correu para junto dos pais com um dos ovos na mão. “Pai, Mãe, vejam o que encontrei: que lindo ovo de chocolate. É diferente de todos os outros...hum...e é delicioso!!!!”

Aos poucos todas as crianças que chegavam encontravam os ovos escondidos e, algumas, até partilhavam com as outras que ainda os não tinham descoberto. Havia uma alegria enorme naquele Parque...até a D.Carolina apareceu com os netos e ficou espantada quando percebeu que estes tinham gostado muito mais dos ovos diferentes do que dos usuais ovos de chocolate cor de chocolate...

No ano seguinte, todos os clientes queriam ovos de chocolate branco e a todos o Sr.Matias respondia que não havia, pois ninguém tinha querido ovos diferentes no ano anterior...

Na verdade, a partir dali, o Sr.Matias passou a fazer sempre ovos de chocolate branco mas esses ele não punha à venda: esses guardava na sua cestinha e, na noite de sábado para domingo de Páscoa, lá se dirigia ao Parque com o Ezequiel para os esconder. Ele adorava fazer as crianças felizes e, deste modo, fazia-lhes sempre a surpresa de descobrirem e partilharem os ovos especiais do Sr. Matias... 

As minhas sugestões: O Ponto e Moncho e a Mancha



Olá!


Hoje descobri um novo Blog, que acrescentei à minha lista: Bloguefólio. Ali descobri uma história que adorei, disponibilizada pelo youtube, que partilho seguidamente, e recomendo vivamente. Vou pesquisar se existe o livro em Portugal, pois ainda sou uma adepta do "velho formato de leitura"...O título é O Ponto/The dot e o autor é Peter H. Reynolds. Fant´stico para quem tem baixa auto-estima no que refere às suas capacidades plásticas... e não só...


http://www.youtube.com/watch?v=Riv1LiA6DM4&feature=player_embedded


E já que falo em capacidades plásticas aqui vai outra das minhas grandes escolhas:




Autor: Kiko Dasilva
Editora: Kalandraka


Simplesmente genial...este ano voltei a trabalhá-lo com um grupo de 5 anos e foi uma verdadeira delícia. As crianças adoraram, envolveram-se e divertiram-se à grande e o resultado foi um original trabalho de expressão plástica...à base de manchas...e de vacas...a partir de folhas de papel rasgadas...delicioso!!!Um prazer!!!

Feed-back

Olá a todos!!!
Hoje não vou publicar nada de novo, apenas um pedido...
Ao construir este blog pretendi partilhar algo que criei, ou melhor, vou criando a pouco e pouco no intuito de enriquecer a minha prática pedagógica. Achei que poderia ser útil sobretudo para colegas que também trabalhem com crianças, tendo o maior prazer em saber que as minhas histórias são utilizadas e contadas a outros grupos de pequenitos. Talvez seja presunção da minha parte, mas acredito que possam ser úteis e interessantes para os mais novos...ou não estaria aqui...
Gostaria imenso de ter um feed-back por parte daqueles que eventualmente contam as minhas histórias ou aproveitam as sugestões. Saber reacções, como foram trabalhadas e receber também sugestões...nomeadamente de livros...para que este possa ser, também, um espaço de partilha.
Desde já OBRIGADA a todos os que passam por aqui e aproveitam para folhear, descobrir, divulgar...

As minhas sugestões: A árvore


Hoje é Dia da Árvore e, por isso, peguei num livro "velhinho" chamado A Árvore e mostrei ao grupo. É um daqueles livros que se descobre a cada vez que se folheia. Não tem uma única palavra, sendo as imagens a sua única forma de comunicação. É um livro a explorar, ver do início ao fim e tornar à primeira página pois, tal como as estações do ano, é cíclico. É um clássico imperdível na biblioteca de qualquer Educadora de Infância.

Editora: Sá da Costa 
Autora: Iela Mari


Nota: A editora Kalandraka editou este livro com o nome As estações. Não o folheei e, por isso, não posso dizer que seja igual mas, pela pesquisa que fiz na Internet, creio que é idêntico. 

Poema para o Dia do Pai

Chega já fora de tempo, mas publico na mesma. É um poema que fiz para os meninos dizerem aos pais no lanche que preparamos na escola. Como foi feito para esta ocasião tem alguns pormenores particulares propositadamente incluidos para a ocasião que podem sempre ser ligeiramente alterados consoante as necessidades. 


Não sei que pensar
Não sei que dizer
O Dia do Pai à porta
E eu não sei que fazer


Uma caixa, uma gravata
Um porta-chaves, um marcador
Nada disso me agrada!
Vou fazer um...
ops...é surpresa, não posso contar...


Uns bolinhos bem docinhos
E um chocolate a escaldar
O que há melhor que isso
Para o coração adoçar?


Ah! Já sei!
Um abraço apertado
E um beijinho repenicado!

O leãozinho sem forças


Nesta simples história procuro alertar  para a importância de uma alimentação saudável...mesmo quando isso implica fazer algum esforço em comer um pouco daquilo que não se aprecia tanto...


O leãozinho sem forças

Era uma vez um leãozinho chamado Leonardo.

O Leonardo tinha muitos amigos e , todos os dias se juntava a eles para brincar: faziam corridas, davam saltos e fazim concursos para ver quem tinha o rugido mais forte.

Acontece que, todos os dias, o Leonardo voltava para casa muito triste porque nas corridas era sempre o último, nos saltos cansava-se tão depressa que preferia ficar deitado a ver os outros jogarem – parecia que não tinha força nas patas. E quanto a rugir…bem, quanto a isso ainda ficava mais aborrecido pois os amigos riam-se e diziam que ele mais parecia um gato, tão fraco era o seu rugido. Assim nunca iria ser o Rei da Selva.

Então, a Mãe e o Pai decidiram levá-lo ao Dr. Infante, que era um elefante que estava sempre a abanar as orelhas, que eram enormes.

- Dr. Infante, será que pode ajudar o nosso Leo? Ele está cada vez mais triste e agora nem quer sair de casa para brincar com os amigos. Se calhar está doente…

- Vamos já ver isso, disse o Dr. Infante, sacudindo as orelhas.

Auscultou-o, mediu-lhe a febre, apalpou-lhe a barriga, observou os ouvidos e a garganta…e nada, não via nada de especial…mas o que poderia ser?...

- Então e o Leonardo, come bem? – perguntou o Dr..

- Oh Sr. Dr….isso é sempre um problema. Ele nunca quer tomar o pequeno-almoço e é muito esquisito. Só quer guloseimas, nada de comer aquilo que nós dizemos. É muito teimoso, este nosso leãozinho…

- Hum…hum…- disse o Dr. Infante sacudindo as orelhas duas vezes – pois é, já percebi tudo. O que tu tens é fraqueza: não te alimentas como deve de ser e, por isso, não tens forças.

- Mas eu não gosto da comida que os meus Pais me dão…

- Leonardo, enquanto continuares a não comer aquilo que dizem os teus Pais, vais perdendo forças e, qualquer dia, nem consegues andar…Tens que começar a esforçar-te por comer melhor. Tomar um bom pequeno-almoço e comer às refeições um bocadinho de tudo o que os teus Pais disserem. Se não for assim, vou ter que te receitar um xarope que sabe muito mal e umas injecções para teres mais força. Parece-me que isso será bem pior, o que achas?

- …mmmm…também acho…e, Dr….se eu comer assim bem vou ficar um leão grande e forte como o meu Pai?

- Sim, com certeza…

- E rugir com muita força?

- Sim…tens é que ter paciência e esperar para ficar mais forte. Mas não te esqueças do que te disse – é importante comeres bem.

- Está bem, disse Leo, eu vou fazer um esforço.

E assim foi. Leo começou a tomar o pequeno-almoço todos os dias. E passou a comer aquilo que os Pais dizim. Às vezes fazia algumas caretas e torcia o nariz, mas lá fazia um esforço e comia um bocadinho menos, mas experimentava sempre. Até descobriu coisas que pensava não gostar e eram, afinal, deliciosas.

Com o passar do tempo voltou a ter forças para brincar com os Amigos e, um dia, deu um rugido tão forte, tão forte que até os companheiros se assustaram. Ouviu-se em toda a selva. E foi assim que ganhou o prémio de “Grande Leão da Selva”.