O Dia da Mãe
A menina que não queria ter amigos
A menina que não queria ter amigos
- Ó Mãe...eu não quero ir para a Escola...
- Mas, filha, não vês que vais conhecer meninos e meninas e arranjar muitos Amigos para brincar...
- Eu não quero ter Amigos. Prefiro brincar sozinha. Assim, ninguém mexe nas minhas coisas!
Finalmente, chegaram à Escola. A Mãe entregou à Catarina uma linda boneca de olhos verdes e duas enormes tranças com laços amarelos. Disse-lhe para ter cuidado para não a estragar pois pertencia à sua irmã.
A Educadora Paula pegou na Catarina e, depois de a Mãe lhe dar um beijinho, levou-a a conhecer os colegas.
Acontece que a menina não parava de chorar e nem mesmo quando um dos meninos lhe quis mostrar a Casinha das Bonecas ela deixou de o fazer. Quando alguma das crianças se aproximava ela gritava-lhe para se ir embora. Sentou-se a um canto a brincar com a boneca e não a mostrava a ninguém. A certa altura, um dos lacinhos amarelos desmanchou-se e a trança ficou desfeita. Mais uma vez, a Catarina começou a chorar:
- Ai, a minha boneca...E agora?...Eu ainda não sei fazer laços, nem tranças...E a minha irmã vai ficar tão triste...
Nesse momento apareceu a Carolina, que lhe disse:
- Não chores. Eu posso ajudar-te.
E assim foi. A colega fez a trança à boneca e, na ponta, deu um bonito laçarote.
- Eu quero, sim. Olha, a Paula está a fazer uma roda. Vamos?
E foi assim que a Catarina compreendeu que é bom estar no Jardim de Infância.
À noite, quando a Mãe a foi deitar, deu-lhe um grande beijinho e disse:
- Gosto muito de ti, mamã. Hoje aprendi como é bom ter Amigos. Ainda bem que me levaste à Escola...
Lápis Amarelo, Lápis Vermelho e Lápis Azul
Lápis Amarelo, Lápis Vermelho e Lápis Azul
Era uma vez um lápis amarelo!
O lápis Amarelo gostava muito de brincar com folhas de papel, onde fazia lindos desenhos...
Um dia...desenhou uma bola muito gorda. Pintou-a toda muito bem pintada e ficou uma bola amarela!
“Vou fazer um Sol!”...E desenhou-lhe um raio...
Foi nessa altura que apareceu o Lápis Vermelho e disse: “Eu também quero brincar...” E fez um risco...vermelho, é claro.
O Lápis amarelo, muito aborrecido, disse: “Vai-te embora! Estás a estragar o meu desenho"...e fez outro risco amarelo.
E o Vermelho disse: “Mas eu também quero fazer um Sol!”...e fez outro risco vermelho.
E o Lápis amarelo fez outro risco amarelo, e o Vermelho um risco vermelho, e o amarelo e o vermelho e, por aí fora, continuaram a fazer riscos à volta da bola. Quanto mais um fazia, mais o outro fazia também...
“Mas que Sol tão bonito” - disse o Lápis Azul, que apareceu entretanto - “parece tão quentinho e tão alegre...só lhe falta um pedacinho de céu...”
Os dois Lápis, o Amarelo e o Vermelho, pararam de riscar, olharam para o seu desenho, e disseram: “É verdade!Está mesmo um Sol maravilhoso!...
“Pois...mas só é assim porque tem as vossas magníficas cores, porque foi feito pelos dois...”
“Tens razão, Lápis Azul, agora tu, com a tua cor é que podias aqui fazer um céu para acolher o nosso Sol...”
E assim foi: o Lápis Azul pintou de azul o céu e, naquele momento, o dia ficou mais quente, porque o Sol brilhou mais forte...
Francisco sem maneiras
Esta é uma história que foi criada com a intenção de explorar o tema "Boas maneiras". Serviu como ponto de partida para longos diálogos e grandes descobertas!
Era uma vez um rapaz chamado Francisco. Ou melhor, Francisco sem maneiras, que era como lhe chamavam os vizinhos.
O Francisco era assim chamado porque era muito mal-educado: nunca cumprimentava as pessoas, não pedia por favor nem dizia obrigado e, além disso, era muito descuidado na forma como se sentava, como comia, bocejava e espreguiçava-se em qualquer lado e nunca punha a mão à frente da boca quando tossia ou espirrava. E assim as pessoas foram-se afastando dele e, por fim, vivia sozinho e não tinha amigos.
Aconteceu que o Francisco estava apaixonado por Violeta, a rapariga que vendia flores na loja da esquina, que era uma florista. Só que todas as vezes que ele ali entrava parecia que ela nem o via e o rapaz já não sabia o que fazer.
Foi ter com o Sr. Gaspar, que era o dono da livraria lá da rua e era conhecido por ser uma pessoa muito inteligente. Era já muito velhote e dizia-se que já tinha lido todos os livros que tinha na loja e, por isso, sabia muitas coisas.
Contou-lhe o que se passava e o Sr. Gaspar disse-lhe que o podia ajudar: ía-lhe ensinar “boas maneiras”.
E assim foi: o Francisco aprendeu a estar à mesa, a comer com a boca fechada, a esperar a sua vez, a falar baixo, a pôr a mão à frente da boca sempre que tossia, espirrava ou bocejava, a não se espreguiçar em qualquer lugar e tantas outras coisas. No final, ensinou-lhe s palavras mágicas: “Bom dia”, “Até amanhã”, “Obrigado”, “Desculpa”, “Por favor”.
Aos poucos as pessoas começaram a reparar que o Francisco estava diferente e, quando íam ao café, até já havia quem se sentasse à sua mesa.
Por fim, Francisco ganhou coragem e foi à loja da Violeta comprar uma rosa cor de rosa. Foi muito bem educado e saíu de lá muito feliz pois a rapariga tinha sorrido para ele.
A partir dali, todos os dias, Francisco passava na florista, comprava uma flor e conversava com Violeta que, aos poucos, começou também a sentir-se apaixonada por este rapaz que era, afinal, muito simpático.
E foi assim que, num dia de Sol, Francisco lhe ofereceu um ramo enorme com uma flor de cada espécie que havia na loja e os dois se casaram na pequena igreja do bairro onde se conheceram.
O Pássaro azul que não sabia voar
Esta é uma história que tem a ver com o medo de não ser capaz de fazer algo e da coragem para para tentar.
"Era uma vez um pássaro azul.
Era ainda muito pequeno e nunca tinha saído do ninho onde nascera.
Todos os dias, enquanto o pai ía buscar comida para ele, a mãe fazia-lhe companhia no ninho. Depois, a mãe saía e ele ficava a dormir uma soneca pertinho do pai.
Certo dia, o pai e a mãe disseram-lhe:
- “Está a chegar a altura de vires connosco procurar comida…já estás mais crescido, vais aprender a voar..”
Mas o passarinho azul espreitou para baixo e viu como era alto o ramo da árvore onde estava o ninho e teve medo. E se não conseguisse voar?...O melhor era dizer aos pais que não podia ir. E foi o que fez.
- Mas porque não?- perguntou o pai.
- Ah…é que dói-me um bocadinho a asa…não consigo mexê-la bem…
- Está bem, filho…então esperamos até que estejas melhor
Passaram-se mais uns dias e os pais voltaram a convidá-lo a ir com eles.
Mas o passarinho, que tinha medo mas não queria dizer nada, disse:
- Aaa…tchim…estou tão constipado…aatchiiim…
- Se calhar é melhor ficares no ninho, é mais quentinho – disse a Mãe
Mas os pais já tinham percebido que ele estava com medo e por isso dizia aquelas coisas, para ver se não era obrigado a voar. Então, no dia seguinte, a Mãe saiu e, passado um bocadinho, o pai disse que também tinha que sair.
- Então e eu, fico aqui sozinho, pai? – perguntou o passarinho azul.
- Pois, filho, a não ser que queiras vir comigo. Podíamos fazer uma surpresa à mãe.
- Uma surpresa?...eu gosto muito de surpresas, pai mas…é que eu tenho medo de cair…e se eu não conseguir voar?
- Oh, oh, oh…isso é natural…todos os pássaros têm medo quando voam pela primeira vez…é preciso que tenhas coragem e penses numa coisa que tu gostes muito…depois é só dar um saltinho e começar a bater as asas…se quiseres até podes fechar os olhos…
- Achas pai?
- Claro que sim…e além disso eu vou estar perto de ti e não te deixo cair…acredita…
Então, o passarinho azul encheu-se de coragem…deu uns passinhos em frente…fechou os olhos e pensou numa coisa que gostava mesmo muito. Então deu um saltinho, bateu as asas e, quando voltou a abrir os olhos, estava já a voar com o pai ao seu lado.
- Boa, filho, Parabéns! – disse o pai que estava muito orgulhoso e feliz com o seu filho.
Então voaram em conjunto até ao céu azul como as suas penas. Quando voltaram já a mãe os esperava no ninho e começou a esfregar as asas uma na outra como se estivesse a bater palmas. Também ela tinha ficado muito feliz com a surpresa de ver o seu filhote a voar…"
A Abelhinha Gorda
Esta é uma história ligada à Primavera mas também à importância de manter os espaços verdes, ajudando a preservar a Natureza
"Certo dia, o cão Repimpão ía pela rua fora em busca de uns ossitos quando, de repente, lhe caíu uma gota na cabeça. “O que é isto?...”, pensou, olhando para cima.
Desculpe... – disse a Abelhinha Gorda, muito triste – sou eu que estou a chorar e deixei caír uma lágrima...
Mas, então...porque chora?
É que eu, como abelha que sou, preciso de fazer mel para levar à minha raínha. Só que, para fazer mel é preciso haver pólen...para haver pólen, é preciso haver flores e...eu não encontro nenhuma...
Pois tem toda a razão!!! Aqui nesta cidade só existem prédios, automóveis, passeios e pessoas aborrecidas, sempre a correr de um lado para o outro...Mas está ali o gato Sapato e talvez ele nos possa ajudar.
E lá foram ter com o gato que, debruçado sobre um caixote do lixo, procurava algumas espinhas para comer. Contaram-lhe o que se passava, ao que ele respondeu:
É verdade...também há muito tempo que não vejo uma flor mas...esperem...venho agora mesmo de um sítio onde vi uma linda borboleta e, como sabem, onde há borboletas, há flores, com certeza. É ali para o lado esquerdo, mas ainda têm muito que andar...
Agradeceram a ajuda do gato e lá foram, o cão Repimpão e a Abelhinha Gorda – ela a voar e ele a farejar o caminho, tentando descobrir o perfume de alguma flor. Já estava com alguma tosse, pois só lhe cheirava a fumo dos automóveis e dos autocarros quando, de repente...sentiu um aroma...
Olha, olha...ali à frente...- gritava a abelhinha, batendo as asas alegremente – que lindo e grande jardim...
Tinham chegado aos portões verdes do jardim da cidade. Ali, estavam flores de todas as cores do arco-íris. Um perfume agradável espalhava-se pelo ar. As crianças brincavam e até os adultos pareciam mais felizes. Ouviam-se os passarinhos e os grilos a cantar. A abelhinha Gorda também estava feliz e rebolava-se no pólen de uma margarida. Repimpão era, igualmente, um cão feliz, pois tinha ajudado uma amiga."