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Histórias de imaginar

A melhor prenda de Natal


Desta vez uma história que procura fazer lembrar aqueles que estão sozinhos, nomeadamente os mais velhotes, apelando à generosidade. De certo modo, a história é fruto de uma certa melancolia relacionada com os meus tempos de infância em que o contacto humano era visto e sentido de modo diverso...o comércio tradicional prosperava e havia tanto a descobrir numa loja de brinquedos, por exemplo...

A melhor prenda de Natal

Era uma vez uma menina que vivia numa pequena vila. Todos os anos, pelo Natal, a vila enchia-se de luzes, enfeites e montras repletas de coisas apetitosas.
Havia uma loja de brinquedos que pertencia a uma velhota simpática que vivia numa casinha na parte traseira da loja.
A menina passava muitas tardes na loja, pois gostava adorava ver todas as coisas que havia para vender e, também os brinquedos antigos que a senhora gostava de mostrar. Apreciava ainda mais quando, à hora do lanche, a velhota lhe dizia para a acompanhar num chazinho. Nessa altura, passavam a cortina que separava a loja da casa e entravam numa sala que parecia mesmo uma casinha de bonecas. A vlhota punha uma toalha branca em cima da mesa, abria uma lata de bolachas com desenhos de pequenos animais da floresta e, quando se ouvia um silvo significava que o chá estava pronto. Então, ela pegava em duas bonitas chávenas e respectivos pires e servia aquela bebida deliciosa e quentinha que tão bem sabia com as bolachas de manteiga em forma de estrela.

Um dia a menina perguntou-lhe com quem passaria a noite de Natal.
  • Aqui! - respondeu.
  • Com quem? - perguntou a menina.
  • Sozinha. Não tenho família...
  • E o Pai Natal sabe que estás aqui?
  • Sim, com certeza que sabe...

A menina ficou a pensar na conversa que tivera com a velhota e em como ela se devia sentir triste por estar sozinha e, quando chegou a noite de Natal, falou com os Pais e pediu-lhes se poderiam convidar a senhora para cear com eles. Os Pais, ouvindo a história da sua filha, concordaram em convidar a velhota que, assim, passou o serão em família.

A casa estava cheia: os avós, os tios, os primos. Estes estavam encantados pois a velha senhora sabia muitas histórias e fazia animais diversos com quadradinhos de papel. Ao chegar meia-noite, como por magia, a chaminé encheu-se de prendas que as crianças abriram alegremente. No final, a menina reparou que todos tinham tido presentes menos velhota.

Foi ter com ela e disse-lhe:
  • O Pai Natal não devia saber que estava aqui. Se calhar tens as tuaas prendas lá em casa.
  • Não te preocupes, minha querida. O Pai Natal deu-me a melhor prenda que podia desejar: uma Amiga generosa como tu. Nunca passei um Natal como este e nada me faria mais feliz do que estou neste momento. Obrigada por tudo!

A pista de automóveis

Mais uma história natalícia...


A pista de automóveis

Certo Natal havia um menino que desejava muito uma pista de automóveis. Quando chegou a altura de abrir os presentes viu que não tinha recebido a tão desejada pista e ficou muio zangado. Empurrou os brinquedos todos para um canto e saiu da sala a chorar e a dizer que não tinha gostado de nada.

Foi para o seu quarto e deitou a cabeça na almofada que, em breve, estava molhada com as suas lágrimas. Sentiu então uma grande mão no ombro e voltou-se para ver quem era. Qual não foi o seu espanto quando viu o próprio Pai Natal sentado na beira da cama. Este disse-lhe:
  • Senta-te e ouve-me. Vou levar-te a conhecer os meninos a quem dei a tua pista. Se ainda achares que me enganei e que és tu quem deve receber a pista, assim será.

O menino concordou e sentou-se no trenó ao lado do Pai Natal. Foi um instante enquanto as renas voaram pelo céu até um local onde não estava frio, quase não havia carros nem prédios e as crianças vestiam roupas esfarrapadas e caminhavam descalças pelas ruas empoeiradas.

Entrarm então numa casa muito pobre onde estavam algumas crianças que riam, de olhos muito brilhantes, jogando com uma pista de automóveis. Era a sua pista!

Então o menino olhou em volta e percebeu que aquele era o único brinquedo daqueles meninos. Não havia outros...

A partir dessde dia, o menino nunca mais ficou triste por não ter no sapatinho tudo aquilo que tinha pedido e, todos os anos, escolhia os brinquedos que já não usava e enviava-os ao Pai Natal para que levasse, na noite de Natal, a todos os meninos que não tinham nada para brincar.

As minhas sugestões: Certa noite, num estábulo

Agora que nos aproximamos do Natal não posso deixar de referir e sugerir um livro que considero lindíssimo. "Certa noite, num estábulo" conta-nos o nascimento do Menino Jesus de uma forma muito original. Esta é a história de uma velha vaca abandonada num estábulo, em Belém, que espera ansiosamente pelo seu dono...fala-nos de bondade, generosidade e amizade...grandes VALORES...



Editora: Livros Horizonte