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Histórias de imaginar

As castanhas de Vermelhito, o pequeno esquilo...

E aqui fica mais uma história de Outono...com um "cheirinho" a S. Martinho...



As castanhas de Vermelhito, o pequeno esquilo...

Era uma vez um pequeno esquilo vermelho que vivia na floresta. Os pais tinham-lhe dito que estava na época de as árvores se encherem de castanhas e que estas são um petisco delicioso para os esquilos.

Ora o nosso amigo Vermelhito, que era ainda muito novo, quase um bebé, e nunca tinha provado tal coisa, nem sabia como era, quis fazer um surpresa à família, enchendo a sua casa de castanhas.

Assim, enquanto os pais e os irmãos dormiam, saíu sorrateiramente do buraco da árvore onde viviam, desceu pelo tronco e lá foi...à procura de castanhas.

Olhou para um lado...depois para o outro...e pensou: mas eu nem sei bem como são as castanhas...que hei-de fazer?...

Apareceu então um veado, que lhe perguntou:
- “Ó esquilito, o que é que procuras? Pareces muito preocupado...precisas de ajuda?...”
- “Sim...por acaso preciso, sr. Veado, obrigado...é que eu ando à procura de castanhas...mas nem sei de que cor são...”
- “Ah!...Mas isso é muito fácil: como diz o nome...as castanhas são castanhas. Da cor dos troncos e dos ramos das árvores, da cor da terra e, tembém, dos chocolates que os meninos gostam tanto de comer...”
- “Obrigado, sr. Veado...agora que já sei de que cor são as castanhas vai ser muito mais fácil...”

E lá foi, novamente, à procura...agora já sabia de que cor eram. Mas tinha um novo problema...tantas coisas castanhas, tantas...como seriam as que procurava?...

-”Esquilo!...Esquilito!...”
- “Quem me chama?”- perguntou olhando para todos os lados...
-” Sou eu...aqui. Uma lagartinha que ía a pasar e te ouviu a falar sozinho, andando de um lado para o outro. Parecias preocupado...”
- “Pois...eu ando à procura de castanhas, mas só sei que as castanhas...são castanhas...não sei mais nada...”
- “Talvez eu te possa ajudar: elas parecem bolas um bocadinho bicudas, com uma espécie de barriguinha. Têm uma casca dura e muito lisinha...”
- “Oh...obrigado, obrigado...vou já procurar...”

E lá continuou o Vermelhito a sua aventura em busca das castanhas...andou, andou...trepou às árvores e...de repente...
- “Ai, ai, ai...ai a minha pata...ai, ai....”
- “O que foi?” - perguntou um passarinho amarelo que estava noutro ramo da árvore - “magoaste-te?”
- “Ai...pois magoei......parece que me piquei...”
- “E é verdade...picaste-te num ouriço...”
- “Num ouriço? O que é isso?...”
- “Olha: vês essas bolas cheias de picos?...”
- “Sim...estou a ver...”
- “São os ouriços!”
- “São animais?”
- “Não!...não, é que esta árvore é um castanheiro, que está cheio de ouriços e, dentro dos ouriços...estão as castanhas...”
- “As castanhas? AS CASTANHAS?...Eu estive toda a manhã à procura de castanhas...”
- “Pois aqui estão elas e, se vires no chão, está coberto delas, pois caem de dentro dos ouriços e vão parar ao chão...”
- “Ah...bem podia procurar...agora é que vai ser uma festa... obrigado, passarinho...”

E foi assim que o Vermelhito fez uma grande surpresa à família, carregando muitas e muitas castanhas com a ajuda do veado, da minhoca e do passarinho amarelo. Todos juntos fizeram uma grande festa: a festa das castanhas e da Amizade pois, sem a ajuda destes Amigos, o Esquilito nunca teria encontrado as castanhas que deliciaram a família...

A Folha e o caracol


Ao fim de algum tempo de interregno estou de volta com as minhas histórias. Como se aproxima o Outono aqui vai um pequeno conto relacionado com a estação que abre portas à imaginação e à expressão nas suas variadas vertentes. 

A folha e o caracol

-Ai, ai...o que está a acontecer-me?...Árvore: ajuda-me! Vento...não me faças caír...O que é isto?...Socooorroooo...ups!...”


-“Que acontece? Não se vê nada...que escuridão...”Desculpe, senhor caracol...é que eu caí da árvore, não sei porquê...mesmo em cima do senhor...desculpe...”
-“Ah...é verdade! Estamos no Outono...”


-“O que é isso?...O Outono?...”
-“Ah...o Outono é quando o tempo começa a arrefecer, o cheiro a castanhas assadas paira no ar e as folhas de algumas árvores a secar, tornam-se amarelas, cor-de-laranja, castanhas e acabam por caír...


-“Oh...e assim...os ramos das árvores ficam despidos...”


-“É verdade! Mas, quando chega a Primavera, voltam a encher-se de folhas verdes, flores e, mais tarde, frutos...é sempre assim...é a Natureza...”


-“Pois, então e eu?...Que me vai acontecer?”


-“Isso agora depende...podes ser varrida por algum varredor de ruas, voar ao sabor do vento como se fosses uma ave...”


(Nisto, ouve-se uma criança a cantarolar...)
- “Olha, que folha tão bonita!...Vou apanhá-la e levá-la para a Escola, para a minha Educadora. Acho que ela vai gostar...”